Hoje entendo a pergunta mais marcante do diretor da primeira empresa que trabalhei: - - Você é micreiro?

- Não! respondi com toda assertividade possível.

Recém formado, designer utópico, disse a ele que para mim um PC era igual a um lápis, a diferença era quem desenhava com ele. Ele me respondeu com todo orgulho: “eu sou!”.

Na época, não entendi o motivo de tanto orgulho. Por 10 anos, atuei como designer dentro de departamentos de tecnologia e, sem perceber, incorporei novos aprendizados que hoje fazem de mim mais do que “micreiro”. Eu e o mundo ao meu redor percebemos facilmente o valor dessa nova competência em meu escopo profissional.

Muito tempo depois, meu último diretor, o qual admiro muito, me tirou do departamento de tecnologia e me disse que eu não poderia passar a vida toda fazendo a mesma coisa. Não entendi o porquê novamente, eu era muito bom no que fazia, mas confiei, e aceitei o desafio de voltar a estudar para fazer algo diferente... o que parecia loucura àquela altura do campeonato.

Mais alguns anos se passaram e, depois de muitos tropeços e superações, aprendi muita coisa nova. Deixei de olhar o mundo do alto dos meus 1,90m, para observá-lo de um ponto ainda mais alto, amplo e limpo.

Deixando de lado todo o crescimento proporcionado pelo conhecimento que podemos/devemos absorver durante uma vida, o importante é entender que sempre existe algo novo a ser criado e desenvolvido dentro de nós. Tendo consciência disto, estaremos sempre atentos às oportunidades que a vida nos proporciona, pois a individualidade de cada um é o que determina se, e como, cada oportunidade é aproveitada, uma vez que “a estrada é aquilo que se vê”. Abra seus olhos e sua mente!