Gabriel iniciou agradecendo a oportunidade de compartilhar conhecimento e destacando que é parte de uma geração que está liderando tudo.

Gabriel, faz mestrado em literatura na UFMG. Explicou que os questionamento da globalização, em que vivemos hoje, feitas pelo sociólogo Zygmunt Bauman o inspiraram a formatar sua apresentação.

Em seguida falou do livro "O que é ser contemporâneo?" E disse que ser contemporâneo é tomar as rédeas do presente. Um ser contemporâneo, é um ser que tem muita coragem e sabe lidar não só com as coisas ruins mas também com as "trevas" e deslumbrar luz nelas.

Inicia falando de umas das obras mais importantes do Bauman que é "A modernidade líquida".

O que é uma modernidade líquida?

É a modernidade imediata é "leve", "líquida", "fluida" e mais dinâmica que a modernidade. A passagem de uma à outra acarretou mudanças em todos os aspectos da vida humana.

Modernidade líquida e contrapõe à modernidade sólida.

E ressalta, o paradoxo da contemporaneidade: vivemos na era do TDH , da ansiedade e solidão ressaltou Gabriel. É a super exposição excessiva do mundo de hoje.

Pergunta: "Vivemos mesmo a uma era sem fronteiras? E como é lidar com isso?"

Passou um vídeo do Bauman na última vez que ele esteve no Brasil. Falando das relações efêmeras do mundo atual.

Comenta tópicos ressaltados por Bauman no livro:

• Relacionamentos sociais e amorosos superficiais, tem um estado temporário dos laços humanos.
• Vivemos em um mundo em constante movimento e como é fácil descartar as relações de hoje.
• Excesso de intolerância muito visto em redes sociais.
• A cada dia que passa as pessoas estão tornando a sociedade cada vez mais descartáveis.
• O mundo de hoje se sobrepôs ao espaço, hoje em dia as pessoas conseguem fazer as coisas mais fáceis parados, ganhar dinheiro parado, escrevendo um arquivo em Word e etc...
• Alerta que as pessoas estão cada vez mais reclusas.

Um outro ponto abordado por Bauman é Cultura do consumo imediato.

Na modernidade sólida, as pessoas se apegavam a amuletos, na modernidade líquida se apegam cada vez mais ao consumismo. Constrói padrões onde todos devem seguir esse padrão: “Consumir para existir”.

Falou da Black Friday onde pessoas acabam se desentendendo por objetos, onde fazem tudo para suprir sua solidão. Uma grande industria cultural onde massificam as pessoas, Netflix e etc.. Quem não alcança gera revolta. As pessoas ficam cada vez mais alienadas e com isso aumentam a depressão ansiedade.

"Amamos mais o desejo, do que o objeto do nosso próprio desejo."

Relacionando isso as relações, as vezes amamos mais o status de "estar casado" ou coisa do tipo, do que "com quem estamos casados". Deixou esta reflexão a todos.

Outro tópico do livro foi "A Cultura da informação"

Enfraquecimento de várias virtudes como atenção e concentração. Destaca as pessoas não praticam mais isso, a nossa sociedade é construída para está o tempo todo ocupado. (Celular, Propaganda e etc.).

Será que os novos meios de comunicação (WhatsApp) são revolucionários? Dialógicas ou monologistas?

O contato físico com as pessoas estão cada vez menores, então através de dispositivos, as pessoas geram cada vez mais conexões.

As pessoas tomam os limites do próprio campo de visão pelos limites do mundo.

Hoje em dia cada um tem seu modo de pensar e com isso o ser humano vai criando sua maneira de se preservar. Torna-se cada vez egoísta. Ressaltou que não é errado, é apenas a maneira de tratar e agir, o instinto do ser humano.

E trouxe um questionamento "Quantas vezes rodeados de pessoas, vocês não estão sendo escutados, e só ouvidos?"

Devemos ser uns pelos outros, cuidar uns dos outro e isto não acontece hoje em dia.

Gama passou a tratar do tema: O poder da modernidade e na contemporaneidade.

O Modelo de vigilância é panóptico enquadrando o ser humano, cada vez mais, em padrões. São assim as prisões, quartéis e etc. e tudo isso é Sistema de Confinamento.

O sistema de controle era cada vez mais punitivo e sangrento.

Ressaltou alguns críticos: Adorno Deeluze , Foucault e Bauman

Desde a escola somos ensinados a produzir, produzir, produzir, e acabamos não ficando satisfeitos com nossas produções. E segue explicando que hoje em dia a vigilância é feita por nós mesmo com conta bancaria, cartão de crédito e etc... Nós somos como marionetes, estamos presos ao sistemas.

Por falta de repouso, nossa civilização caminha para a barbárie, ressalta ele.

Como as pessoas excessivamente hiperativas seriam importantes ao mundo de hoje.

Gabriel nos brinda com a frase que marcou muito sua vida, como inspiração:

"É PRECISO ESTARMOS COM NOSSA MENTE 100% VAZIA, COM O CORAÇÃO 100%CHEIO, E COM NOSSAS MÃOS 100% OCUPADAS".

Ressalta um tópico importante no livro de Bauman, que falar muito de si pode ser um meio de se ocultar.

Destaca as máscaras criadas através das redes sociais, na internet, mostrando coisas que na verdade as pessoas não são.

A felicidade é um grande estado de espírito ressalta Gabriel, trazendo uma frase de Aristóteles. Pessoas vivendo lapsos de alegria, acabam confundido isso com felicidade.

O que respondemos quando a pergunta é Quem é você? Ouvimos títulos e máscaras. A tristeza acaba corroendo o ser humano.

Frase de Herman Hesse: "nada lhe posso dá que não exista em você mesmo".

Pensar é um ato. Sentir é um fato.

Projetou um poema destacando: “O ser humano se acostuma com tudo, para não sofrer.

Abordou a geração "Y" com um panorama do século XX até os dias atuais. Ressalyou que trazem novas visões de mundo, que não visa no plano de carreira e que são movidos por proposta de vida distintas das de seus pais.

Revelou que a geração "Y" ao mesmo tempo em que é vitima, também é protagonista e solucionadora do novo mundo. Uma geração que busca vender experiência e não produtos. E resume sua essência em uma frase: "Todo mundo é composto de mudança. Seja a mudança que você quer ver no mundo".

A geração de hoje aprendeu a ler e escrever ao mesmo tempo em que se inseria no mundo digital e ressalta todos querem aprender um desafio novo para próxima fase como nos videogames.

Hoje, “A ALMA É O SEGREDO DO NEGOCIO E NÃO O SEGREDO É ALMA DO NEGOCIO”.

Declamou um poema dele com titulo “Pulsos Impulsos” (ver Livro "Nós Dois").

Onde afirma: "ao mesmo tempo que cultivamos a paz e o afeto, sangramos o ódio o medo que isso é o instituto do ser humano".

Finalizada a apresentação a seção de perguntas foi aberta com uma provocação de Marcos Vinicius a Jaime Gama e Jaqueline Canuto:

Como é ser pai e mãe de uma figura como Gabriel (palestrante)?

Jaime respondeu brincando: "Não é fácil! Sou sempre vencido nos debates". Jaqueline repondeu com uma pergunta: "O que é melhor do que aprender com filho? E o filho com os pais?"